Técnico da empresa ambiental do governo do Estado cobrava propinas para liberar obras irregulares. Polícia achou mais de R$ 700 mil na casa do corrupto
Um técnico da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), de nome Sérgio Roberto foi preso em flagrante em sua casa em Osasco, na tarde de quinta-feira, 8 de novembro, após a polícia descobrir um grande esquema de corrupção por meio de recebimento de propinas que ele comandava a partir do escritório da empresa estatal, em Embu das Artes. A investigação foi batizada pela polícia de ‘Operação Confiança’. Roberto poderá pegar prisão de 2 a 8 anos pelo crime de concussão.
A CETESB é um órgão responsável pelas licenças ambientais às empresas, e tem ligação direta com o Governo do Estado de São Paulo. Na casa do suspeito, a polícia encontrou uma verdadeira montanha de dinheiro. Foram exatos R$ 650 mil, além de US$ 37 mil, em moeda dos EUA.
Veterano e armado
Sérgio Roberto não era um ‘novato’ na empresa do governo paulista, muito ao contrário, ele tinha 32 anos de serviço público e já se aproximava da aposentadoria. Sua prisão pôde ser feita em flagrante, não só pelas denúncias de corrupção, mas também pelo fato de que havia armas não registradas em sua casa. Uma delas era uma pistola calibre 635, além de mais dois revólveres de outros calibres.
A corrupção praticada no escritório da CETESB em Embu das Artes vinha sendo investigada pela Corregedoria Geral da Administração da Secretaria da Casa Civil do Estado. De acordo com o corregedor, João Batista Beolchi, o funcionário vinha agindo na região há pelo menos dois anos.
O fiscal detido era o responsável pela aprovação de obras e concessão de licenças ambentais para fábricas, obras públicas, loteamentos e empresas comerciais que quisessem se instalar em áreas de proteção ambiental (APA’s). Todas as licenças aprovadas em Embu das Artes nos últimos 24 meses estão sob suspeição e serão revistas pela CETESB.
Para operar, o fiscal contava com a empresa de fachada, denominada “R. S. Soluções Ambientais”, com a ajuda de um cúmplice. A empresa providenciava os papéis com os pedidos de licença e recebia o dinheiro das empresas, na verdade propinas disfarçadas de pagamentos legais. Roberto está preso e prestando depoimento na Delegacia Seccional de Taboão da Serra, mas segundo informações veiculadas na imprensa, o crime é afiançável e ele pode ser solto para responder o processo em liberdade, se pagar uma fiança de R$ 5 mil. Porém, não poderá usar para isso o dinheiro encontrado em sua casa, já que a ‘bolada’ ficará apreendida e será depositada em juízo até o final do processo.
O responsável pelo inquérito é o Delegado Dirceu Atier Júnior, e segundo investigações iniciais da polícia, Sérgio Roberto e seu comparsa chegavam a cobrar de R$ 300 mi a R$ 1 milhão para a liberação de obras irregulares.
A Polícia Civil abrirá inquérito para apurar o crime de concussão (vantagem indevida obtida por meio da própria função para o favorecimento de terceiros). O crime prevê de 2 a 8 anos de prisão.
(Fato Expresso, com informações de Agências de Notícias e TV Record)