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A posse de Dilma e o primeiro grande comício das Diretas

Por
28/12/2010
En Márcio Amêndola, Política
6
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Em novembro de 1983 a Praça Charles Miller, em frente ao Pacaembu foi palco do primeiro grande comício das Eleições Diretas, que marcou o início do fim da ditadura. De lá até hoje, quando Dilma assume a presidência, no dia 1º de janeiro de 2011, foram 27 longos anos


**Márcio Amêndola de Oliveira

Quando o PT e a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de SP promoveram o primeiro grande comício pelas Eleições Diretas, no distante 27 de novembro de 1983, em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo, nem todos apoiavam a ideia de uma mobilização de massas para pressionar e precipitar o fim da ditadura e a volta da democracia. Muitos dos líderes políticos de então temiam um ‘recrudescimento’ dos militares, outro ‘golpe dentro do golpe’, como ocorrera em 1968 com o AI-5 e a posterior escolha do general Médici para presidente de plantão, causando os mais duros embates nos chamados ‘anos de chumbo’, quando o Congresso Nacional foi fechado, as greves proibidas e centenas de pessoas levadas à morte sob tortura, além de milhares de presos e perseguidos.

Praça Charles Miller, em frente ao Pacaembu, palco do primeiro grande comício das Eleições Diretas

O ‘fantasma’ da ditadura jogava o PT no campo que se chamava à época de ‘extrema esquerda’, lugar onde nem os velhos comunistas de carteirinha freqüentavam mais. E coube ao novo Partido dos Trabalhadores, acusado de ter sido criado para ‘dividir as esquerdas’ a tarefa de radicalizar o discurso para abreviar o tempo de exceção, inaugurando-se uma nova era de liberdades democráticas.

Luta pela Democracia ou corrida de cavalos

Eu era pouco mais que um adolescente, nos meus 23 anos, quando fui com meus companheiros do PT de Embu, Paulo Oliveira, Valdeci, Geraldo Cruz, César e Dervo Domiciano, Erismar, Deusdete e Paulo Sérgio, entre outros, para a frente do Estádio do Pacaembu, quando seria realizado este evento histórico. Presentes no palanque estavam Lula e Suplicy, do PT, Fernando Henrique, do PMDB, o cantor Milton Nascimento, Terezinha Zerbini, do PDT, trabalhadores da CUT, da Conclat, União Nacional de Estudantes (UNE), entre outras entidades. Os governadores realizaram um acordo ‘por cima’ para exigir eleições diretas um dia antes, mas já de olho na solução indireta via Tancredo Neves. No mesmo dia e horário de nosso comício pioneiro em São Paulo, o então governador André Franco Montoro (PMDB) estava às voltas com um páreo (corrida de cavalos!) no Jockey Club de São Paulo, evento ‘muito mais importante’, certamente, do que participar de um comício puxado pelo PT exigindo a volta da democracia.

“Fora Rede Globo”

A Rede Globo, presente ao evento, foi hostilizada por nós, que gritávamos: “O povo não é bobo, fora Rede Globo!”, mas o Fantástico daquele domingo, falou vagamente de uma ‘manifestação popular’ e do pesar pela morte de Teotônio Vilela, numa reportagem pífia, que durou apenas 1 minuto e 17 segundos (exatamente). As hostilidades com a rede de televisão criada em pleno nascimento da ditadura (1965) e que sempre apoiara descaradamente a ditadura, permaneceriam por toda a campanha das diretas.

O comício marcou a vida de todos os seus 15 mil participantes (versão da imprensa), se bem que em meus olhos, mais de 30 mil pessoas estavam lá, gritando juntos pela democracia. Três momentos mais emocionantes do evento foram proporcionados pelas canções de Milton Nascimento – salvo engano, ele cantou ‘Coração de Estudante’ – pelo discurso duro e vibrante de Lula, então presidente do PT e um dos líderes da CUT, e pelo anúncio, por Fernando Henrique Cardoso (ele mesmo), da morte do senador Teotônio Vilela, naquele mesmo dia. O senador, um dos mais ferrenhos lutadores contra a ditadura, passou a ser um dos símbolos na luta pela democracia, mesmo tendo vindo da antiga Arena (partido da ditadura), redimindo-se em 1979, quando rompe com o governismo e ingressa no PMDB. Quando sua morte foi anunciada por FHC, o silêncio foi estabelecido na praça, que emudeceu e chorou.

Comício no Embu

Depois, fomos acompanhando toda a luta pelas ‘Diretas Já’, na praça da Sé em 25 de janeiro de 1984, com mais de 300 mil pessoas, e que a Rede Globo noticiou como ‘festa de aniversário da cidade de São Paulo’, tendo um de seus carros depredados nos arredores (não era pra menos!); também em comícios no Embu, em 18 de fevereiro e em Taboão da Serra, no dia 19 (aniversários das duas cidades, respectivamente). Aliás, abra-se um parêntese para o comício das diretas do Embu, há 26 anos. Foi no Largo do Santa Emília, e estava eu lá representando a Associação dos Servidores Públicos (atual Sindicato) de Embu, juntamente com minha amiga Zina Hermínia Médici Lúcio, quando nós, do PT, jogamos tomates e ovos na cara do prefeito Nivaldo Orlandi e do presidente da Câmara, Jorge de Sousa, ambos do PMDB, quando tentaram discursar.

Confesso nosso extremado radicalismo à época, e que hoje vejo tardiamente como eram democráticos nossos representantes e como foram injustamente hostilizados, num dia em que a luta pelas Diretas deveria ser mais importante que as divergências no campo democrático e popular. Foi neste dia também, 18 de fevereiro de 1984 que conheci Emiko Nakacima, minha companheira com quem compartilho minha vida até hoje. Ela era voluntária na barraca do Comitê de Luta Contra o Desemprego, liderado pelos padres Jaime Crowe e Eduardo Mc’Getrick.

1,5 milhão no Vale do Anhangabaú

A maior manifestação da qual participei em toda a minha vida, no entanto, estava por vir. No dia 25 de abril de 1984 fui com Emiko ao Vale do Anhangabaú para apoiar a luta pelas eleições diretas e encontramos 1,5 milhão de pessoas espalhadas por todo aquele espaço, entre a praça dos Correios e a Avenida 9 de Julho. Era um mar de gente, e quando o comício terminou, com Lula, Leonel Brizola, Tancredo Neves, Osmar Santos, Fafá de Belém, Franco Montoro, Henfil, Mário Covas, Fernando Henrique, Ulysses Guimarães, Dom Paulo Evaristo Arns e tantos outros, ficamos eu e a Emiko deitados no asfalto, em meio a panfletos e gente passando, em pleno Vale do Anhangabaú, olhando pras estrelas e pensando no mundo que queríamos construir para nossos futuros filhos que haveriam de vir – e vieram – anos depois, apesar das eleições diretas, propriamente, terem sido derrotadas naquele momento, ficando sua realização somente para o ano de 1989.

Quando vejo o fim do governo do presidente Lula, com todas as suas limitações, aquém do que sonhei para meu País, mas muito além do que outros ousaram ou realizaram; quando vejo uma ex-guerrilheira, Dilma Rousseff chegar à presidência da República, que viveu dois longos períodos ditatoriais no século XX; quando vejo meus filhos escolhendo o que bem desejarem fazer ou dizer, sem censura; quando começo a envelhecer ao lado de minha companheira de todas as horas, sinto que dei minha minúscula contribuição, e que, até aqui, minha vida, afinal tem valido a pena de ser vivida.

Márcio Amêndola de Oliveira – Graduando em História USP: http://contextohistorico.blog.terra.com.br – Coordenador de Documentação e Memória do Instituto Zequinha Barreto: www.zequinhabarreto.org.br – Assessor de Comunicação da Câmara de Embu / MTB: 42.753/SP: www.cmembu.sp.gov.br –  Diretor do Site www.fatoexpresso.com.br
Contatos E-Mail: cme.marcio@terra.com.br

Tags: DilmaDiretasEleiçõesEmbuLula
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Comentários 6

  1. TATIANA says:
    13 anos ago

    olá, adorei seu texto, também sou graduada em História, e
    atuamente estou terminando uma TCC, da minha pós, no qual seus relatos me ajudaram a esclarecer algumas coisas.
    Parabéns..

    Responder
  2. Paulo Markun says:
    14 anos ago

    Márcio, gostaria de publicar seu post, com link para o blog, no meu blog markun.com.br/memoriacoletiva, cujo objetivo é justamente o de coletar historinhas e depoimentos pessoais como o seu. Pode ser? abs

    Responder
  3. Eloah says:
    15 anos ago

    Márcio, sempre que passo por aqui, releio esta matéria e fico emocionada por lembrar daqueles dias, do seu real envolvimento com essa luta até hoje; não mais pelas “diretas”, mas por uma vida digna para todos nós brasileiros, disseminando informação e cultura, inclusive com atitudes práticas e diretas. Ao longo de todos esses anos, plantou muitas sementes e muitas delas brotaram e cresceram. Coerência, meu irmão, é o nome disso. Aquilo que nunca faltou à nossa mãe, mesmo com todos os embates que a vida lhe ofereceu. Meu carinho e admiração por vocês é imenso, você sabe disso. Um beijo dessa sua irmã que te ama muito.

    Responder
  4. Eduardo Antunes Neto says:
    15 anos ago

    gostei do que vi por aqui! Se puder visite o meu blog. Um abraço!
    http://pensamentosduneto.blogspot.com/

    Responder
    • Márcio Amêndola says:
      15 anos ago

      Prezado Eduardo,
      Li seu blog e o achei interessante. Grato pelo elogio, e continue nos acompanhando no Fato Expresso.
      Att
      Márcio Amêndola – Editor

      Responder

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