Brasília – A União Nacional dos Estudantes (UNE) montou uma central para receber reclamações de estudantes prejudicados pelos erros ocorridos durante a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nesse fim de semana.
Os candidatos podem entrar em contato com a entidade pelo e-mail enem2010@une.gov.br ou pelo telefone (11) 2771-0792, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
A entidade quer que o Ministério da Educação (MEC) calcule o mais rápido possível o número exato de estudantes que foram prejudicados. Vinte e um mil cadernos de prova amarelos apresentaram erro de montagem e não continham todas as 90 questões aplicadas no sábado (6). Não se sabe ainda quantos candidatos foram prejudicados por esse problema e o MEC estuda aplicar novas provas para esse grupo.
Outro problema ocorreu na folha em que os estudantes marcam as respostas das questões, que estava com o cabeçalho das duas provas trocado. O exame teve 90 questões, sendo a primeira metade de ciências humanas e o restante de ciências da natureza. Mas, na folha de marcação, as questões de 1 a 45 eram identificadas como de ciências da natureza e as de 46 a 90, como de ciências humanas.
Na avaliação do presidente da UNE, Augusto Chagas, não há necessidade de anular o exame, como determinou a Justiça Federal no Ceará, se o número de participantes prejudicados for pequeno. “Nossa primeira impressão é que se o problema for localizado, não há justificativa. O prejuízo é inegável aos estudantes que receberam a prova com defeito, mas se o número for pequeno, você tem, por outro lado, milhões de alunos que se prepararam e fizeram a prova sem problemas. Não seria correto prejudicar a ampla maioria em nome de uma minoria.”
A UNE defende o uso do Enem como uma forma de superação do modelo de vestibular tradicional, considerado por Augusto como uma ferramenta “arcaica”. “O Enem deve se consolidar na direção da democratização da universidade brasileira como são os casos do ProUni e da seleção de dezenas de universidades federais pelo país, superando o velho modelo do vestibular, cruel método de acesso ao ensino superior no país”, diz nota divulgada pela entidade.
Justiça Federal suspende Enem
A Justiça Federal do Ceará suspendeu, nesta segunda-feira (8), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ao acatar um pedido do Ministério Público Federal (MPF). A decisão da juíza Carla de Almeida Miranda Maia tem efeito em todo o Brasil. O Ministério da Educação (MEC) anunciou que pretende esclarecer a questão.
A decisão da 7ª Vara Federal acatou argumento do MPF de que o erro da impressão no caderno de provas levou prejuízo para os candidatos. O equívoco fez com que fossem apresentadas questões divididas entre o cabeçalho de Ciência e Natureza e de Ciências Humanas.
Na avaliação da magistrada, as medidas tomadas pelo MEC não resolvem o problema. O órgão prometeu oferecer a possibilidade de os estudantes prejudicados preencherem requerimento de nova prova e a intenção de realizar novos exemas para os que reclamarem administrativamente. “Novas provas poriam em desigualdade todos os candidatos remanescentes”, afirmou a decisão da juíza Carla de Almeida Miranda Maia.
(Por: Amanda Cieglinski, da Agência Brasil, e Jéssica Santos de Souza, Rede Brasil Atual)