Evento tradicional na cidade de Botucatu, interior de São Paulo, o Festival Nacional do Saci começou no último sábado em meio a uma grande polêmica. O cartaz e material promocional do evento saíram com um Saci de gorro azul. Isso mesmo, tucanaram o Saci em Botucatu.
“Já vi muita coisa na vida, mas essa é demais; tucanaram o Saci” reclama o jornalista e blogueiro Erick Facioli, integrante do governo passado e crítico do atual.
O prefeito de Butucatu, João Cury Neto é do PSDB, partido que tem o azul como símbolo, além do amarelo. O vermelho, cor do PT, coincidentemente é a mesma cor do gorro do Saci, daí alguns ‘iluminados’ assessores tucanos decidiram por conta própria mudar a cor do chapéu do maior símbolo do nosso folclore, pra não parecer que ele era do PT, partido do ex-prefeito Mário Ielo. Foi justamente na administração anterior (petista) que o Festival Nacional do Saci havia sido criado, para valorizar a cultura popular brasileira.
NOTA OFICIAL
Depois do estrago feito, o prefeito de Botucatu mandou devolver a cor vermelha do gorro do Saci, e emitiu esta nota oficial: O prefeito de Botucatu, João Cury Neto, vem a público manifestar sua discordância com a indevida descaracterização de um dos mais conhecidos personagens do Folclore Brasileiro, evidenciada no material de divulgação do Festival Nacional do Saci, que acontecerá nos dias 23 e 24 deste mês, em nosso município. Mais do que discordar e lamentar o ocorrido, o Chefe do Executivo determinou que providências sejam tomadas a fim de que situações como essa não voltem a ocorrer. Botucatu, 22 de outubro de 2010. JOÃO CURY NETO – Prefeito Municipal de Botucatu”.
Mas, o estrago já estava feito, pois o Festival foi realizado no último final de semana, sem que o gorro azul pudesse ser retirado dos panfletos e cartazes do evento. Botucatu, que é conhecida como a Capital Nacional do Saci, podia ter passado sem essa mancada da atual administração tucana da cidade.
O SACI
Segundo a Wikipédia, o Saci, ou Saci-pererê, é uma personagem bastante conhecida do folclore brasileiro, que teve sua origem presumida entre os indígenas da região das Missões, no Sul do país, por onde se espalhou em sua quase totalidade.
A figura do Saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou gracioso, conforme as versões comuns ao sul .
Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo, e da mitologia européia, herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo, um ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes. Rebeldes, de pequena estatura, os trasgos, espécie de gnomos, usam gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais. Foi justamente o gorro do ‘trasgo’ que mudou de cor na administração tucana de Botucatu, para desgosto dos tradicionalistas.
(Por: www.fatoexpresso.com.br, com informações de Cristina Camargo – Agência BOM DIA, e dados da Wikipédia, a enciclopédia livre da Internet)