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Ester Robacov: O livro de ouro de Embu

Por
14/10/2010
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Expoente do movimento artístico em Embu das Artes - Ester Robacov

Atrás de uma pequena janela que reluz o brilho do sol reverenciando o início de mais um dia, uma pequena sala repleta de vasos e peças em porcelana levam a marca do município que tempos atrás era roteiro certo de agências de viagens do país. Empoeiradas, carregadas com finos traços do pequeno pincel já castigado pelo manuseio diário, pequenas relíquias contam uma das mais esplêndidas histórias do município de Embu das Artes, cidade a 50 km da capital, São Paulo.

Com 87 anos contemplados no mês de agosto, suas lembranças se apagam em meio às dificuldades de saúde e às desilusões financeiras. De pais imigrantes, a Romena Ester Robacov é uma artista plástica que o tempo e as desventuras da política local, dita “progressista”, tratou de esquecer.

Embu das Artes reuniu em seu passado grande quantidade de artistas que conduziram o nome da cidade a níveis de excelência enquanto arte. Alcunhas como Solano Trindade, Mestre Assis, Cássio M’Boy, Josefina Azteca, Sakai de Embu, entre outros tornaram o povoado da aldeia de M’Boy um pólo de cultura e arte, conduzindo inúmeros turista estrangeiros a conhecer e reverenciar a expressividade brasileira.

Em meio a esses ‘monstros sagrados’ surgiu em 1965, Ester Robacov, aspirante a artista que, de frequentadora apenas do convívio boêmio do lugarejo, passou a estudar técnicas de pintura e assim se fixar na Rua Siqueira Campos, localizada próxima ao centro histórico do município. Foi vizinha de dois expoentes da arte local, Solano Trindade e Mestre Assis.

Uma das histórias que marca sua trajetória na cidade é a de que na década de 1960 ela era a única pessoa que possuía carro e serviu aos interesses do colégio político da época. Ester era rotineiramente requisitada para conduzir o “livro de ouro” na proposta de arrecadar fundos eleitorais e para a confecção dos Salões de Artes.

Com uma destreza digna de grandes nomes da arte clássica, Ester aprendeu a pintar e ensaiou suas primeiras xícaras em porcelana com imagens das igrejas barrocas de Carapicuíba. Estando com o domicílio fixado em Embu, a pedido do terracotista Sakai, começou a desenvolver a arte que precederia suas peças em porcelana com ilustrações da Igreja Matriz, atual Museu de Arte Sacra de Embu.

A arte de Ester Robacov

Esquecida pelo tempo e pela política ela, assim como grande parte do núcleo artístico da cidade, se tornou refém da desvalorização de sua arte e da ampla degradação do legado artístico e cultural do município de Embu.

O tempo e a decadência

Com aproximadamente 300 mil habitantes, Embu está se distanciando suas raízes. Reconhecida internacionalmente pela abrangência de gêneros artísticos e dum clima bucólico de cidadezinha barroca em seu centro velho, o que chamava a atenção anteriormente, hoje já não se percebe com tanta facilidade. Povoada de artesãos, atraídos pelo esplendor que o município adquiriu com o advento das décadas de 1960/70, Embu das Artes se vale de saudosismo e de políticas viciadas conduzidas para o capital.

Assim como Ester Robacov, muitos estão à mercê do capitalismo visceral e da falta de estrutura para o aporte às suas obras. Com o valor de R$ 800,00 mensais dedicados ao pagamento do aluguel em 40 anos de residência, ela que antes era ponto certo de favores a políticos, hoje luta para sobreviver com a produção de sua arte.

Lugar onde ester confecciona sua Arte – Ateliê/casa

Aos 87 anos, Ester vê suas peças disputarem com objetos industrializados e revela que com muito sacrifício consegue desempenhar uma venda por meio de pequenas encomendas, que a permitem pagar contas como água, luz e gás. Seu aluguel, que não reduziu em anos, apesar de os proprietários terem reduzido o espaço de sua casa, tomando posse da garagem que faz frente à sua porta, é pago por uma sobrinha há alguns anos. A casa também possui inúmeras goteiras, obrigando-a a distribuir bacias por toda a casa em dias de chuva.

Sem fácil acesso à rua, seu ateliê/casa, que antes fora o ponto central da expressividade artística no município, pois ao lado ficava o Barraco do Assis com Solano Trindade e a trupe do Teatro Popular Brasileiro (TPB), hoje não desperta mais atenção.

Ester em sua porta – O Livro de ouro de Embu

Com peças que vão de R$ 35,00 a R$ 900,00, entre xícaras, jogos de chá e vasos de todos os tamanhos, ela permite aos poucos clientes já conhecidos, pois a chamam pelo nome antes de entrarem pelo portão, que toquem nas peças e muito a incomoda se só vêem e nada levam, “desprezando” assim os três dias inteiros que são necessários para concluir seu trabalho; após as sessões de pintura, secagem, e do forno que em média queima a porcelana por 12 horas ininterruptas a 700 graus, sendo o mesmo tempo necessário para que elas sequem, antes de irem para a prateleira.

Apesar das dificuldades e da falta de respeito para seu real valor, Ester mantém viva a natureza de sua arte, com minuciosos traços que, apesar dos anos e da idade avançada, não se perderam. Dona de sua própria técnica que aperfeiçoou ao longo dos anos e das inúmeras madrugadas que passou pintando para garantir a entrega dos pedidos, ela ainda acredita que sua homenagem possa vir em vida, e não póstuma como ocorre habitualmente.

Por:  A. Oliveira

Tags: ArteEmbuEsterRobacov
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Comentários 2

  1. zélia j.franco says:
    15 anos ago

    Dona Ester,

    É com muito orgulho que tenho a senhora como minha sogra!
    A senhora para mim é um exemplo maravilhoso para muitas mulheres, que justificam ,”o não fazer”, nas decepções que a vida lhes trouxe.
    Parabéns,sua luta não foi em vão!Grande e forte Mulher!
    A senhora plantou e agora está colhendo os frutos e vai ficar na estória da cidade do Embú das Artes.
    Parabéns!
    Um grande Beijo
    Zélia

    Responder
  2. Flávia M. Oliveira says:
    15 anos ago

    É de fato lamentável a situação por que passa a artista
    Dª Ester, senhora talentosa e partícipe da construção da história dessa cidade que hoje carrega o título de Embu “das Artes”. Foram artistas como ela que conduziram a cidade à fama que hoje desfruta. É vital que nos lembremos desses artistas que, com seu valor e trabalho de qualidade, fizeram e fazem, até hoje, o Embu das Artes ser reconhecido como tal em várias partes do mundo, embora atualmente esteja tão descaracterizado pelo “industrianato”. Onde foram parar os artistas e seus ateliês? Com aluguéis como os que se cobram atualmente aqui, não há artista que aguente não é?

    Responder

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