São Paulo – Após a paralisação de atendimento de pacientes de convênios e planos de saúde, os médicos não descartam um descredenciamento coletivo, se não houver avanços na negociação com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão regulador dos planos de saúde. A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) não informa quantos dos 160 mil profissionais do sistema poderiam aderir à greve, nem o número que poderia se desvincular de planos de saúde. A entidade frisa ainda que se trata de um último recurso, caso a negociação não avance.
No Dia Mundial da Saúde (7 de abril) houve protestos pelo Brasil e uma paralisação de 24 horas do atendimento de pacientes de planos e seguros de saúde. Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), somente as consultas e cirurgias eletivas foram canceladas, os casos de urgência estão sendo atendidos normalmente. Não há ainda dados sobre a suspensão dos serviços.
De acordo com o Simesp, as negociações tem que se iniciar em até 60 dias. As primeiras medidas tomadas depois dessas paralisações mais longas serão medidas como ações no Judiciário (para cumprimento dos contratos), órgãos fiscalizadores, Ministério do Trabalho, Ministério Público Federal e estaduais e, por último, o descredenciamento setorizado ou universal dos médicos de alguns ou de todos os planos de saúde. O presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, garantiu que mesmo diante desse quadro “sempre os interesses da população serão devidamente respeitados”.
A paralisação foi organizada pela Fenam juntamente com a Associação Médica Brasileira (AMB), e o Conselho Federal de Medicina (CFM). A mobilização dedicou-se a conscientizar a população sobre a importância da autonomia profissional dos médicos ante operadoras de saúde, além de reivindicar aumento dos honorários.
De acordo com a Fenam, já há reuniões marcadas com a ANS e um procurador do trabalho para discutir as reivindicações. A Fenam e os sindicatos pretendem reunir-se para avaliar a paralisação e os novos rumos do movimento.
(Por: Jéssica Santos de Souza, Rede Brasil Atual)