O deputado federal Walter Meyer Feldman, secretário municipal de esportes na gestão de Gilberto Kassab (que saiu do Democratas para criar um novo partido, o PSD) foi para a Inglaterra, onde ‘representará’ a cidade de São Paulo e o próprio Comitê Olímpico Brasileiro, a convite de Carlos Arthur Nuzman, por aproximadamente 6 meses, podendo ‘esticar’ a permanência até os Jogos Olímpicos de Londres (2012), recebendo da prefeitura de SP R$ 12 mil mensais. A informação foi revelada pelo portal iG, que entrevistou o deputado, que ficou muito embaraçado com as perguntas do repórter.
Tudo teria começado quando o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman enviou uma carta ao prefeito paulistano sugerindo o envio de um representante para Londres, a fim de acompanhar os preparativos para os Jogos Olímpicos que acontecerão naquela cidade européia em 2012. Kassab acatou a solicitação e enviou Feldman de ‘mala e cuia’ para Londres, como Secretário Especial da Comissão de Procedimentos Administrativos, sem carimbo de retorno no passaporte.
Embaraçado, Walter Feldman informou ao repórter do iG que já enviou inclusive o primeiro relatório de suas atividades na Inglaterra, sobre “um negócio incrível chamado ‘Legado Olímpico’, envolvendo o patrimônio que permanece após a realização das Olimpíadas, que, segundo ele, geram impactos e um patrimônio “para os próximos 100 anos”.
Perguntado se seria necessária sua presença na Europa, pessoalmente, ao invés de se comunicar daqui mesmo do Brasil, Feldman comparou-se aos representantes diplomáticos, e respondeu: “Será que os embaixadores precisariam estar presentes (nos países)? Será que não daria para através do Ministério de Relações Exteriores no Brasil e através da internet e correspondência construir essa relação global? Bom, se tem uma coisa boa no Brasil de longa data é o Itamaraty, não é? (…) Eu hoje defendo que São Paulo, além do Itamaraty, precisa ter firmes pontos de contatos em outros pontos do planeta para poder captar coisas importantes que estão acontecendo, porque são oportunidades únicas que não voltam mais”.
Há um mês, no dia 25 de abril, então Secretário de Esportes, Lazer e Recreação da Prefeitura de São Paulo, Walter Feldman anunciou a saída do PSDB, após quase 22 anos de filiação naquela legenda, mas ainda não ingressou em um novo partido, mas a tendência é que se dirija ao PSD de Kassab, já que Feldman pode perder o mandato na Câmara Federal caso ingresse em algum partido já existente, e a legislação eleitoral sobre a fidelidade partidária tem uma brecha para políticos eleitos mudarem para novas legendas em formação.
Incidente no Embu
Entre 1993 e 1996, ao fracassar na disputa pela vice-prefeitura da Capital, ao lado de Fábio Feldman (os sobrenomes são apenas coincidentes), Walter Feldman foi nomeado pelo então prefeito de Embu, Geraldo Puccini Jr (PMDB), como Assessor Especial. Em alguns meses, o jornal Fato Expresso descobriu que Feldman era assessor, mas nunca havia sido visto na cidade. O político, que também é médico, foi procurado pela reportagem em no Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, onde seria plantonista, para explicar sua ligação com a prefeitura de Embu. Porém, no Hospital as funcionárias informaram desconhecer a pessoa e que ele não era funcionário da instituição. Então a reportagem foi publicada acusando-o de ‘fantasma’.
Poucos dias depois da publicação da reportagem, Walter Feldman apareceu, e ao lado do prefeito Puccini, deu uma entrevista ao Fato Expresso explicando que era Assessor Especial do governo municipal e que não dava expediente necessariamente no Embu, defendendo os interesses embuenses em São Paulo, Brasília e outras localidades. O jornal publicou sua versão, mas Feldman foi pouco visto na cidade durante sua permanência como Assessor. Em 1994, eleito Deputado Estadual em São Paulo, deixou o cargo de Embu. Em sua biografia constante na Câmara dos Deputados Feldman omite a fracassada candidatura à vice-prefeitura de São Paulo, bem como o fato de ter sido ‘assessor especial’ da prefeitura de Embu.
(Márcio Amêndola, do Fato Expresso, com informações de Agências de Notícias)
alem de dissimulado é nepotista, pois sua filha é funcionária na Câmara Municipal de São Paulo investiguem