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Fim do racismo?

Por
09/03/2011
En Contraponto
4
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*

Por Joselicio Junior

A capa da revista Época do dia 21 de fevereiro de 2011, “O primeiro galã negro”, que fala do sucesso do personagem André interpretado por Lázaro Ramos na novela ‘Insensato Coração’, me provocou reflexões e me motivou a escrever sobre o assunto.

Ter um personagem negro com papel de destaque na telenovela global das 21h é algo extremante novo e sedutor para a população negra e, de certa maneira, contempla uma histórica reivindicação do movimento negro de obter mais espaço de destaque nos meios de comunicação.

Porém, é fundamental refletirmos sobre os limites desta “concessão global”, pois apesar de vermos um negro na tela, o seu modo de vida é referenciado num padrão branco e a ausência do conflito racial nos remete à idéia de que o racismo é algo superado. Isso fica evidente no editorial escrito pelo Diretor de Redação da Revista Época, Helio Gurovitz, quando ele afirma:

Protagonismo de negros em telenovelas indica reflexo da ascensão do negro na sociedade brasileira?

“Lázaro [Ramos] vive um playboy rico e sedutor, nos moldes de personagens outrora atribuídos a atores como Francisco Cuoco ou Tarcísio Meira. E o fato de ele ser negro nem é notado pela maior parte da audiência (assim como o fato de Obama ser negro ter ocupado um lugar diminuto nos debates da campanha eleitoral americana). Trata-se de um sinal de como a maioria dos brasileiros parece encarar de modo positivo a ascensão social dos negros”.

Esse discurso foi o que permeou toda a matéria feita pela Revista, que aponta o protagonismo do negro na telenovela como reflexo da ascensão do negro na sociedade brasileira e conseqüentemente a diminuição do racismo. Além de trabalhar o racismo apenas no campo interpessoal e a idéia que através de esforços individuais é possível sua superação, esta retórica revela uma sofisticação no debate da democracia racial no Brasil.

O conceito de democracia racial elaborado por Gilberto Freyre em seus clássicos “Casa Grande e Senzala” e “Sobrados e Mocambos”, estabelece que na construção da sociedade brasileira colonial havia uma relação harmoniosa de raça e classe. Este pensamento foi incorporado pelas elites como forma de mascarar a perversidade da escravidão, e justificar a ausência de uma política de inclusão da população negra na sociedade pós-abolição, defendendo uma construção ufanista de identidade nacional que empastela a diversidade cultural do país.

Estabelecer o debate racial no Brasil desta maneira nada mais é do que esconder as profundas desigualdades, econômicas, sociais e culturais entre negros e não negros. O racismo e o machismo são a base estrutural do sistema capitalista brasileiro, a ascensão de uma pequena parcela da população negra não alterou a condição concreta da maioria dessa população.

Pesquisas recentes mostram que a cada 1 jovem branco, 2 jovens negros são mortos pelos aparelhos repressivos do Estado, que as mulheres negras são as que mais morrem por abortos mal feitos, que o homem e a mulher negra possuem os salários mais baixos, que 73% das pessoas nas piores condições de miserabilidade são negras.

As lutas por avanços concretos na condição de vida da população negra como as cotas, são fundamentais para a diminuição do abismo social entre negros e não negros, além de serem um espaço pedagógico de debate com a sociedade brasileira sobre a existência do racismo. Mas não podemos achar que elas são um fim em si mesmo.

A construção de uma elite negra não pode ser o nosso projeto político e os EUA são a maior prova disso: a chegada de Barack Obama à presidência não reduziu o papel imperialista do seu país, e isso fica latente nos conflitos recentes no norte da África e no Oriente Médio, nem houve uma mudança significativa na condição da população negra norte americana.

O que é fundamental refletirmos é que saídas individuais não resolvem o problema. Só é possível a superação do racismo se construirmos um projeto coletivo e popular que aponte outro modelo de sociedade, onde a exploração do homem pelo homem para acumular riqueza não seja a sua base de sustentação, onde haja igualdade de oportunidades e a diversidade seja de fato respeitada.

**

**Joselicio Junior, mais conhecido como Juninho, 24 anos, morador do Jardim Santo Eduardo, Embu -SP, Jornalista, pós graduando em Mídia Informação e Cultura CELACC/ ECA-SP, membro da coordenação nacional do Círculo Palmarino. membro do Diretório Estadual do PSOL | twitter.com/jrpalmarino | Tel: 4782-2869 | Círculo Palmarino – SP | www.circulopalmarino.org.br

Tags: Allan RobertJuninhoNegroRacismoVitor da Trindade
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Comentários 4

  1. Vitor da Trindade (Compositor, musico) says:
    11 anos ago

    Pois é Juninho!!!
    Ce tem razao pacas!!!
    Hj pela centesima vez, assisti ao filme do Wilson Simonal, sobre a verdade da caguetagem e tudo o mais.
    O Brasil é um pais complexo!!
    Apesar de sua cafagestagem, nao engajamento politico com as linhas contra o governo militar e sua brutalidade ao resolver um assunto pessoal, Simonal tinha uma consciencia do racismo e da realidade negra atemporanea aos outros compositores, incluindo, todos os de esquerda como Buarque, Veloso e vandre, que da forma que o pais andava, estavam alinhados com o carater racista, na forma de se tratarem negros, ou quase brancos, como muito mais tarde veio dizer o grande Caetano Veloso. As politicas de melhoria na epoca, nao incluiam a valorizacao do afrodescendente.
    Estamos progredindo nesta questao do racismo, pelas lutas que tiveram nossos antepassados, e pela forca das pessoas conscientes hoje.
    Lazaro Ramos, Camila Pitanga Tais Araujo, Zezeh Barbosa e nossos galans negros, filhos talentuais de Grande Otelo, Zezeh Motta, netos do Teatro Experimental de Abdias, sao hj o resultado de uma luta ja demasiada longeva, que espero seja menor que as guerras no golfo, porem que duram nesta fase desde 1888.
    Parabens pelo texto!!!

    Responder

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