Fui à assembléia, no sacrifício, votei pela continuidade da greve. Uma razão e um motivo: Conjuntura favorável aos funcionários do BB e da CEF era a razão. O motivo: um piquetezinho que fosse…fiquei na vontade. 471 a 537 (alguma coisa assim), perdemos em São Paulo.
Amanhã eu vou trabalhar. O Corinthians perdeu, a turma antiCorinthiana, a maior torcida do Brasil, vai me encher o saco.
Amanhã eu vou trabalhar. Já meti 14 dias de atestado no banco por conta da maldita infecção no dente do ciso. Não quero/não posso ir pro INSS.
Amanhã eu vou trabalhar. Vai ter piqueteiro militonto me enchendo o saco porque fiz a greve do pijama. Não sabem quantos piquetes fiz na vida. Não sabem como me coçei e lamentei não peitar uns fura greve. F……-se. Nunca patrulhei ninguem, odeio julgamentos.
Meia-noite. Hoje eu vou trabalhar. Faculade que não acaba. Hoje eu vou à aula. Na FEA-USP neolioberal.
Hoje eu vou trabalhar. Vai ter gerentinho babaca e fura greve dando risada, se achando vitorioso, com PLR maior, sem dias de greve a compensar, greve essa que acaba de dar a eles estabilidade mínima de três semestres no cargo e plano de carreira. Assédio moral, se já corre solto, agora vai voar também!
Hoje eu tô de saco cheio!
Que o vosso dia seja melhor!
Abraços!
Ubiratan Kuhlmann : bancário, militante sindical, universitário (Atuária), músico, escritor, comunista, corinthiano, casado, pai de três meninos, velou a morte de um deles e de seu pai, Itagyba Kuhlmann.